Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco


Mário Cesariny



"Em todas as ruas te encontro..." , pois é! Como podes ver, tento esquecer-te embora sabendo que é impossível. Nada faço para te ver mas é difícil estar sem te ver,

e o destino, lá me vai pregando umas partidas, e acabo por te ver onde menos espero, quando menos espero. Agora, já há 10 dias que não te vejo, a última vez foi

obra do destino. Ia de viagem levar a minha filha (dia 01), e passaste por mim já no acesso à auto-estrada. Vinhas com o teu filho também, e também me viste.

Não será obra do destino? Hoje senti necessidade de te dizer alguma coisa. Hoje é um dia muito especial para mim. No dia de hoje, há três anos atrás, foste tu que me mandaste uma mensagem,

ainda era Papagaio, e mais uma vez me dizias:

"Não vivas do passado... Tu mereces ser feliz, já sofreste demais!". Referias-te à perda do meu filho que nunca esqueci e esquecerei.

Como esquecer se nem estas mensagens esqueço? Sinto o telemóvel tocar... só na minha memória.

Desculpa, mas preciso de falar com alguém. e a única forma que tenho é esta

Estou sem te "encontrar em todas as ruas..." há tempo demais


11/09/2010